Às vezes fico parado, pensando em tudo e nada, ao mesmo tempo. Quem determina o que é certo e o que é errado? Acho que depende da conveniência de cada um. As injustiças se multiplicam. A inversão de valores toma conta da sociedade como um câncer demonstrando toda sua agressividade. O ter em detrimento do ser. Podem me chamar de louco, mas quem não é? Quem é, verdadeiramente, lúcido? Poderíamos dizer que o mundo está fora do eixo ou será que sempre esteve e a gente é que não se deu conta?
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Permissividade
Nenhum grupo organizado seja ele empresa privada ou alguma instituição do setor público pode viver sem regras e sem limites. O individual não deve vir antes do coletivo. È inconcebível que uma organização tenha que se adequar aos interesses ou necessidades de seus colaboradores. É justamente o contrário. O funcionário é que tem de se ajustar às regras e normas de seu ambiente de trabalho, salvo poucas exceções, a exemplo de pessoas com necessidades especiais, mesmo que esse trabalho seja voluntário.
Há pessoas que se acostumam, quando questionadas por erros cometidos no processo técnico ou na sua conduta profissional, a tentar minimizar ou justificar com explicações subjetivas. Aliam-se a outros que cometem os mesmos erros com o intuito de convencer a quem quer que seja que seus atos não são dignos de repreensão ou maior observação por parte da cúpula administrativa. Quando conseguem persuadir seus interlocutores ficam à vontade e é aí que mora o perigo. Mesmo que, em sua maioria, não sejam erros graves, com a continuidade e a inobservância por quem de direito, uma mensagem é enviada ao cérebro afirmando que tudo pode ser feito e nenhuma punição irá ocorrer. Quais as consequencias disso? Os problemas que antes poderiam ser considerados como pequenos podem tomar proporções absurdas. Com o decorrer do tempo eles passam a ser avaliados como normais e outros erros maiores aparecerão fazendo com que todo o processo saia do controle. Isso pode acontecer devido ao nível de tolerância que vai aumentando, transformando-se em permissividade.
A permissividade é danosa para qualquer instituição.
Quando um indivíduo joga um papel no meio da rua, pode parecer que é um problema pequeno. Mas quando outras pessoas passam a fazer o mesmo, a coisa se multiplica e aí surgem as conseqüências que podem ser bem desagradáveis, a exemplo das enchentes.
O raciocínio é o mesmo dentro das corporações de trabalho. Há de se reivindicar direitos e não privilégios ou tratamentos diferenciados, a não ser em casos excepcionais como foi citado anteriormente.
Não se trata de rigor excessivo, engessamento ou qualquer coisa que o valha, e sim de equilíbrio.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Moinhos de Vento
Era uma vez uma comunidade que para ter energia nas suas casas resolveu construir certa quantidade de moinhos de vento. Mas não eram moinhos comuns, eles tinham vida.
Para que a energia fosse bem captada os moinhos deveriam girar suas hélices sempre no mesmo sentido, velocidade e espaço de tempo. Caso contrário poderia haver apagões ou até mesmo queima de eletrodomésticos.
Durante algum tempo o número de moinhos era suficiente, mas devido ao crescimento da comunidade e a idade avançada de alguns deles outros tantos tiveram que ser construídos. A empolgação dos novatos era grande. Tinham muita vitalidade, giravam incessantemente suas hélices em busca de uma energia eficiente. Os mais velhos eram muito experientes, mas os jovens trouxeram um novo ânimo e novas idéias. Todos imbuídos pelo bem comum e com uma visão no sentido do trabalho coletivo de qualidade, respeito aos colegas, ética e honestidade nos seus atos e fazendo de tudo para melhor servir àquela comunidade. No entanto, tudo isso demorou pouco.
Logo no início não havia moinhos transitórios. Todos que lá existiam eram fixados nas terras verdes onde aquele grupo de pessoas vivia. È bem verdade que na geração antiga já havia moinhos que não funcionavam muito bem. Eram preguiçosos, incompetentes. Suas hélices quando não estavam paradas giravam muito lentamente e às vezes em sentido contrário o que era muito ruim para o bom desempenho dos trabalhos.
Com a chegada dos provisórios ficou ainda pior. Eram moinhos sem o menor comprometimento. Não ligavam se haveria energia suficiente para iluminar as residências. Entretanto o pior não demorou a acontecer. Muitos daqueles moinhos, que eram denominados de novatos, se deixaram contaminar pela banda podre dos mais antigos e pelos espertalhões que ali não eram fixados. Passaram a girar suas hélices de forma cadenciada, mesmo estando localizados onde os ventos sopram com mais força, tentando passar a responsabilidade para os outros que já faziam sua parte e ainda captavam a mesma energia de quando foram erguidos.
Os líderes da comunidade eram informados da situação, mas não davam a devida manutenção nos moinhos defeituosos. Os moinhos que se sentiam prejudicados gritavam, esperneavam, mas aqueles que estavam com defeito fizeram um pacto e com um discurso muito persuasivo convenciam os líderes que a velocidade das suas hélices estava na medida certa e que uma queda de energia ou outra era perfeitamente normal.
A Comunidade vai sobrevivendo na iminência de um colapso de energia, pois os moinhos mais inquietos com a situação são ignorados quando afirmam que algum parafuso tem que ser apertado ou quando denunciam que há alguma parte enferrujada impedindo o bom funcionamento de algum moinho mais descuidado.
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Blog do Gilvan Torquato: Conto IV
Blog do Gilvan Torquato: Conto IV: "Trapalhadas de Um Pato! Uma fazenda no norte do Piauí era repleta de animais. Tinha galos, galinhas, perus, coelhos, patos e um lindo pav..."
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Blog do Gilvan Torquato: Conto XV
Blog do Gilvan Torquato: Conto XV: "O Lobo Dono de um pelo preto e cinza, olhos claros e reluzentes à noite, dentes afiados e garras poderosas o lobo da montanha era temido p..."
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Conto XV
O Lobo
Dono de um pelo preto e cinza, olhos claros e reluzentes à noite, dentes afiados e garras poderosas o lobo da montanha era temido por todos e considerado um animal muito malvado.
Chateado com as acusações de ser cruel e de ter comido a vovó da Chapeuzinho Vermelho o lobo resolveu desabafar:
— Não agüento mais isso! Todos me culpam sem saber da verdade.
— Que verdade seu lobo? — perguntou o leão que estava deitado se espreguiçando.
— O verdadeiro vilão da história não sou eu.
— Como assim, e quem seria?
— A Chapeuzinho! Ela é que é a vilã.
O leão não acreditava no que dizia o lobo. Espantado, perguntou:
— Quer dizer que você corre atrás da menina, come a vovozinha e ainda diz que a vilã de tudo é a Chapeuzinho?
— É ela, sim! — afirmou o lobo aos prantos — aquela desalmada sempre me atormentou.
— O que está dizendo seu lobo? — retruca o leão — como pode acusar uma menina tão doce de atormentá-lo?
Ao ouvir o elogio do leão à garotinha o lobo se desmancha ainda mais em lágrimas, não consegue se conter e acaba chamando a atenção dos demais habitantes da floresta e uma aglomeração forma-se ao seu redor.
— Queridos amigos vou lhes contar quem é a verdadeira Chapeuzinho. Vocês irão ficar sabendo e me darão razão em relação à revolta que eu venho sentindo.
Todos permaneceram calados, aguardando o pronunciamento do lobo que mais parecia uma ovelha chorona.
— Eu sempre andei próximo à casa da vovó, ela criava galinhas suculentas e eu, esfomeado, só queria fazer uma boquinha. Mas nunca, nunca tentei pegar uma galinha sequer. Apesar disso a Chapeuzinho vivia jogando pedra em mim, me chamava de narigudo e de orelhudo. Não fiz nada àquela pirralha e era tratado como um cão sarnento. Depois de sofrer muita humilhação resolvi me vingar e fui até a casa da vovó e a tranquei no armário. Vesti as suas roupas e esperei aquela pestinha. Só queria dar um susto.
— E aí? — perguntou o leopardo que chegara naquele minuto.
— Cala a boca leo, deixa o lobo terminar — disse o leão com cara de poucos amigos.
— Ta bom! — retrucou o leopardo — pode continuar, não ta mais aqui quem falou. Eu,
hein!
— Tudo bem! — retomou o lobo — Como eu ia dizendo eu só queria assustá-la. Não faria mal nem a ela e muito menos a vovozinha. Ao contrario de mim, aquela chata e mal criada sabendo que era eu quem estava na cama vestida com as roupas de sua vovó e, fingindo não saber, pegou uma frigideira bem pesada e bateu no meu nariz dizendo: “que nariz grande vovó! Pra que serve?” Depois de ver estrelas de tanta dor eu respondi que era para cheirá-la melhor. Não satisfeita a filha da mãe puxou minhas orelhas e perguntou: “porque orelhas tão grandes, vovó?”. Com o puxão eu acabei caindo da cama e fraturando uma perna. Não agüentei mais e resolvi mostrar quem eu era. Fiz cara de mau e deixei meus dentes à mostra.
— E aí seu lobo, o que aconteceu? — perguntou o leão.
O lobo não disse nada, apenas mostrou sua boca com três dentes a menos.
Já morrendo de pena do lobo o leão pergunta-lhe:
— Ô seu lobo onde entra o caçador nessa história?
— Boa pergunta seu leão! — disse o lobo — não teve caçador nenhum. A vovó conseguiu sair do armário com uma espingarda e encheu meu rabinho de chumbo.
— Você acha que a gente vai acreditar nisso tudo? — perguntou o leão.
— E tem mais — disse o lobo — espere ate eu contar o que aconteceu, na verdade, com os três porquinhos. Aqueles insensíveis!
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Evolução.
O Homem é um ser em constante evolução, correto? Há controvérsias! Se levarmos em consideração que morávamos em cavernas, que usávamos tambores ou mesmo fumaça para envio de mensagens, evoluiu e muito. Hoje temos telefones fixos e móveis, GPS. A internet talvez seja o maior exemplo de como a informação tornou-se mais rápida e acessível.
Tivemos progresso, também, com relação à medicina com a erradicação de muitas doenças e o aumento da nossa expectativa de vida.
É indiscutível que progredimos em muitas áreas e que há muito que avançar, entretanto existem muitos aspectos negativos na trajetória da humanidade.
O que chamamos de progresso traz consigo um preço: o lixo tecnológico. Inventamos equipamentos maravilhosos que facilitam a nossa vida e nos traz prazer e conforto, mas geralmente são usados elementos tóxicos em sua composição. Esses resíduos poluem a terra, o ar e as águas. Por mais contraditório que possa parecer o progresso pelo qual passa a humanidade pode ser a causa do seu extermínio. Daí a pergunta: será mesmo que estamos evoluindo?
Outro aspecto que podemos analisar são os valores morais e éticos que se perdem pelo caminho da chamada evolução. O ter em detrimento do ser. A sede de poder cega e, com isso, sobressai-se o egoísmo, a ganância e a desonestidade.
E mais uma vez eu pergunto: estamos evoluindo?
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Teoria sobre a Corrupção no Brasil
Disseram-me, certo dia, que poderíamos dividir a população brasileira em três classes distintas: cinco por cento das pessoas seriam incorruptíveis; vinte e cinco por cento seriam formados por indivíduos corruptos de carteirinha e os setenta e cinco por cento restantes dançariam conforme a música. Ou seja, não seriam, necessariamente, corruptas. No entanto seriam mais suscetíveis a sofrer desvios de conduta seja para atingir interesses pessoais ou mesmo por não saber dizer não a pressões nos seus ambientes de trabalho.
Não temos como saber se esses percentuais estão corretos, mas creio que as considerações são bastante plausíveis.
A teoria ora descrita faz um desenho ruim da nossa sociedade.
Concentrando-se apenas naqueles setenta e cinco por cento dá pra imaginar alguns fatores que poderiam ter levado o autor a chegar a essas conclusões. A falta de conscientização da população; os maus exemplos de políticos inescrupulosos; a impunidade; a ineficiência dos órgãos fiscalizadores são elementos que proporcionam maior vulnerabilidade. Esses “incentivos” transformam cidadãos, antes considerados de boa índole, em corruptores ou alvos fáceis para que sejam corrompidos.
Em se tratando de corrupção, geralmente faz-se uma relação imediata com benefícios financeiros, porém um indivíduo pode ser corrompido pelo sistema ou pelo seu “diabinho” interior no que diz respeito aos seus procedimentos tanto na sua vida pessoal assim como no seu espaço profissional. Nas administrações do setor público não é difícil de encontrar pessoas que antes tinham comportamentos morais e éticos dignos de admiração, mas que os deixaram diluir com o passar do tempo. Entraram no rol dos funcionários públicos que de alguma maneira contribuem para a falência das instituições e sua conseqüente falta de credibilidade.
Vale salientar que ninguém é perfeito e mesmo aqueles que seriam considerados incapazes de se corromper podem cometer erros, porém seriam erros involuntários.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Cliente Interno
Quando uma empresa pública ou privada fala em agradar ao cliente, em tê-lo como um bem precioso que necessita de atenção especial leva-se em consideração, apenas, o cliente externo, aquele que adquire os produtos e/ou serviços. Têm toda razão em criar mecanismos para melhor atender às necessidades e anseios daquele que é a razão de ser de suas existências. Porém, pouco se discute a questão do cliente interno. Quem seria? Quem é esta figura da qual pouco se fala? È aquele que depende do trabalho de outrem para que o seu seja efetuado com eficiência e eficácia.
Uma equipe é formada por componentes aonde as atribuições de cada um devem formar um todo.
Antes de se tomar qualquer atitude todo e qualquer funcionário deve analisar de que forma essa medida poderia afetar os afazeres de seu colega, seu cliente interno. No setor público, em particular, esse procedimento não é tido como importante por alguns servidores. Aproveitam-se da permissividade dos gestores ao estabelecer horários próprios de permanência nas repartições, impedindo assim, o fluxo normal dos serviços que deveriam ser executados. Em qualquer ambiente em que não haja comprometimento e diálogo problemas como esses podem surgir. Cabe aos dirigentes ficarem alertas e tomarem as devidas providências com rapidez, antes que tal procedimento contamine todo o funcionalismo.
“Que país é esse?”
Pessoas que criticam — com toda razão — políticos que não administram bem o Erário público quando se vêem em situações semelhantes agem da mesma forma; policiais são taxados como corruptos, mas muitos indivíduos que assim os classificam não vacilam em oferecer propinas para que seus veículos não sejam fiscalizados com rigor; muitos servidores públicos, de setores estratégicos, só agilizam processos se lhes “molham” a mão, ou seja, cobram certos valores extras aos requerentes para dar continuidade aos trabalhos pelos quais já são pagos; quem procura atendimento em hospitais públicos, por vezes, só conseguem se antes passarem por um político que alimenta um mercado de troca de favores; adolescentes infratores roubam, matam e quando lhes é perguntado o porquê de agirem dessa maneira, respondem: “pra menor, não dá nada, três anos passa rápido”; adultos roubam, matam, mas se puderem pagar um bom advogado não se consegue colocá-los na cadeia devido às brechas no sistema penal brasileiro; quando um juiz comete algo ilícito tem como punição a aposentadoria compulsória; bancos acumulam lucros astronômicos tarifando tudo que lhes convier e quiser. Todas essas situações retratam um país falido moral, ética e socialmente.
O Brasil tem tudo para se tornar uma grande nação, próspera e mais igualitária, porém há de se investir maciçamente em educação.
Fala-se em fortalecer as instituições, contudo esquecem que são os homens quem as criam e administram.
Assinar:
Postagens (Atom)
Círculo Vicioso
O círculo vicioso alimentado, de parte à parte, entre políticos e eleitores, destrói qualquer possibilidade de mudanças significativas no at...
-
"O certo é o certo, mesmo que ninguém o faça. O errado é o errado, mesmo que ninguém esteja vendo". Eu acredito nisso! N...
-
Um Sorriso! Pés descalços, roupas sujas, sem um banho decente há mais de dois dias. Esse sou eu! O retrato do abandono, do desencanto, de ...
-
As leis no Brasil são tratadas de formas diferentes a depender de quem será beneficiado, ou mesmo desfavorecido. E essa falta de critério po...