Dizem que toda regra tem uma exceção. Talvez seja verdade e
não vejo nada de errado quando ela se dá por uma razão plausível. No entanto,
quando mal utilizada pode haver uma inversão e o que antes era tratado como
exceção passa a virar regra. Infelizmente não é raro que isso ocorra, muito
pelo contrário. Isso acontece bastante no serviço público quando procedimentos
primordiais para a manutenção da qualidade e controle são negligenciados,
tornando-se um campo fértil para manipulações, erros e fraudes. Tudo começa com
um pensamento de que não tem problema se ninguém viu ou ninguém ficou sabendo. No
mundo temos que seguir regras, normas, regulamentos e leis, mas é surpreendente
como o ser humano tem uma tendência a se desvirtuar. Alguém entra num ambiente
de trabalho e encontra uma rotina que funciona, tem uma sequência lógica das
coisas (até por força de lei), porém um dia surge a necessidade de quebrar a
ordem, por conta de circunstâncias, e aí descobre que o que importa para ele é
o resultado final. Os fins passam a justificar os meios. Não importa mais como aquilo foi feito, mas
que no final o trabalho foi entregue, mesmo correndo riscos desnecessários.
Isso fica tão latente na sua maneira de agir e ver o mundo que passará por cima
de qualquer pessoa que tente afirmar o contrário. O que importa é entregar o
trabalho. A pessoa fica tão cega e obstinada que aquele jeito errado de fazer
as coisas passa a ser a maneira correta. Caso alguém perceba algo conflitante,
dá-se um jeito, esse é o seu pensamento. Por que isso acontece? No início pode
ser por pressão hierárquica, medo de perder algum privilégio. Mas por que isso vem
a fazer parte da sua personalidade à medida que o tempo passa?
sexta-feira, 29 de janeiro de 2016
quinta-feira, 8 de outubro de 2015
quarta-feira, 9 de setembro de 2015
Democracia
Nas palavras de Mahatma Gandhi, “a intolerância é
em si uma forma de violência e um obstáculo ao desenvolvimento do verdadeiro
espírito democrático”.
Quando vejo as manifestações mais exaltadas, de
parte a parte, nas redes sociais sinto que todos estão meio perdidos. Para mim,
falta foco.
Quem está sendo punido pela atual crise em que
vive o país? A maioria da população. Isso é fato. No entanto em vez de focarem num
objetivo comum ficam se digladiando com comentários ofensivos que não levam a
lugar algum. Há uma divisão, quando deveria haver uma reunião de interesses.
Não deveria importar se fulano votou em A ou sicrano votou em B. Isso já aconteceu.
Se não vem dando certo, como é fácil de perceber, algo deve ser feito para se
corrigir e a solução não passa pela troca de farpas. A cobrança deve ser feita
aos nossos representantes. Não estou falando apenas da presidente ou
presidenta. Tudo começa no município, no estado. Quem vem cobrando daquele
vereador ou do deputado em quem votou um comportamento condizente ao cargo que
ocupa? Quem o procura para cobrar melhorias coletivas? Posso afirmar que são
poucas pessoas que o fazem. A maioria pensa em si, inclusive os nossos
legisladores. Até por falta dessa cobrança. Aliás, podemos e devemos exigir de
todos eles. Não importa se receberam ou não o seu voto, eles representam a
coletividade. Também não precisa confrontar o parlamentar de forma direta,
necessariamente. Mandem mensagens pessoais ou para as câmaras e assembleias. Dizem
que nossa melhor “arma” é o voto. É verdade, mas o voto por si só, não basta.
quinta-feira, 23 de julho de 2015
O Certo e o Errado.
As pessoas que agem corretamente e cobram o mesmo comportamento das
demais são taxadas de “certinhas”. Assim são denominadas, pejorativamente, como
uma autodefesa por aqueles que não zelam por uma conduta ética. Tentam justificar
seus atos, no mínimo discutíveis, atacando os que não rezam pela mesma
cartilha. Sinais dos tempos onde prolifera-se a inversão de valores em todos os
aspectos da nossa sociedade. Dizem que ser politicamente correto é chato. Sou
extremamente contra os excessos, mas se não houver outro jeito que o pecado
seja por exceder-se tentando acertar.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
Guerra às Drogas
Pensei em começar esse texto
dizendo ser contra o uso de drogas, mas seria hipocrisia de minha parte. Por
quê? Pelo simples fato de, mesmo que moderadamente, eu consumir álcool quando
tomo minha cervejinha ou aprecio a um bom vinho. Apesar de lícita, o álcool
continua sendo droga. Nunca fui a favor do uso indiscriminado de entorpecentes.
Até mesmo a maconha se não existisse para mim não faria a menor diferença
exceto por um ou outro componente da planta que tem uso medicinal, como o
Canabidiol. Portanto o que quero externar aqui não se trata de apologia às
drogas, mas sim de uma reflexão. Será que a repressão ao tráfico e ao uso dessas
substâncias está surtindo efeito? Qual a perspectiva de sucesso no combate ao
narcotráfico? O que dizem os especialistas em segurança pública que lidam
diariamente com essa realidade? Será que o dinheiro que é gasto nessa guerra
sem fim não seria mais bem aproveitado na educação e em conscientização das
novas gerações? Não sei se a descriminalização das drogas é ou não a melhor opção,
contudo o que está sendo feito não me parece estar sendo eficaz. Tudo aquilo
que é proibido parece ser mais atrativo e é obvio que não se trata de um
assunto simples de resolver. Entretanto algo de diferente tem que ser feito. Não
sei se estou “viajando” (com o perdão do trocadilho), mas imagino que
descriminalizando as drogas teríamos como conseqüência a diminuição da corrupção,
do tráfico de armas, das famigeradas “balas perdidas”, Enfim, da violência de
uma forma geral. É claro que não pode ser um ato isolado, mas sim um conjunto
de ações com adoção de políticas públicas que garantam mais trabalho e educação.
Creio que o cigarro comum pode ser citado como exemplo de como podemos controlar
ou mesmo diminuir o seu consumo sem a necessidade de criminalizá-lo. O que você
tem a dizer sobre isso?
quinta-feira, 22 de janeiro de 2015
Texto de João Ubaldo Ribeiro (Leitura obrigatória)
"Precisa-se de Matéria Prima para construir um País"
João Ubaldo Ribeiro
A crença geral anterior era que Collor não servia, bem como Itamar e Fernando Henrique. Agora dizemos que Lula não serve.
E
o que vier depois de Lula também não servirá para nada. Por isso estou
começando a suspeitar que o problema não está no ladrão corrupto que foi
Collor, ou na farsa que é o Lula.
O
problema está em nós. Nós como POVO. Nós como matéria prima de um país.
Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA" é a moeda que sempre é
valorizada, tanto ou mais do que o dólar.
Um
país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada
do que formar uma família, baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço
a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos
como em outros países, isto é, pondo umas caixas nas calçadas onde se
paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO OS DEMAIS ONDE
ESTÃO.
Pertenço
ao país onde as "EMPRESAS PRIVADAS" são papelarias particulares de seus
empregados desonestos, que levam para casa, como se fosse correto,
folhas de papel, lápis, canetas, clipes e tudo o que possa ser útil para
o trabalho dos filhos... e para eles mesmos.
Pertenço
a um país onde a gente se sente o máximo porque conseguiu "puxar" a
tevê a cabo do vizinho, onde a gente frauda a declaração de imposto de
renda para não pagar ou pagar menos impostos. Pertenço a um país onde a
impontualidade é um hábito.
Onde
os diretores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há pouco
interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois
reclamam do governo por não limpar os esgotos. Onde pessoas fazem
"gatos" para roubar luz e água e nos queixamos de como esses serviços
estão caros.
Onde
não existe a cultura pela leitura (exemplo maior nosso atual
Presidente, que recentemente falou que é "muito chato ter que ler") e
não há consciência nem memória política, histórica nem econômica.
Onde
nossos congressistas trabalham dois dias por semana para aprovar
projetos e leis que só servem para afundar ao que não tem, encher o saco
ao que tem pouco e beneficiar só a alguns.
Pertenço a um país onde as carteiras de motorista e os certificados médicos podem ser "comprados", sem fazer nenhum exame.
Um
país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança
nos braços, ou um inválido, fica em pé no ônibus, enquanto a pessoa que
está sentada finge que dorme para não dar o lugar. Um país no qual a
prioridade de passagem é para o carro e não para o pedestre.
Um país onde fazemos um monte de coisa errada, mas nos esbaldamos em criticar nossos governantes.
Quanto
mais analiso os defeitos do Fernando Henrique e do Lula, melhor me
sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem "molhei" a mão de um guarda
de trânsito para não ser multado.
Quanto
mais digo o quanto o Dirceu é culpado, melhor sou eu como brasileiro,
apesar de ainda hoje de manhã passei para trás um cliente através de uma
fraude, o que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não. Não. Não. Já
basta.
Como
"Matéria Prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas nos falta
muito para sermos os homens e mulheres que nosso país precisa. Esses
defeitos, essa "ESPERTEZA BRASILEIRA" congênita, essa desonestidade em
pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos de
escândalo, essa falta de qualidade humana, mais do que Collor, Itamar,
Fernando Henrique ou Lula, é que é real e honestamente ruim, porque
todos eles são brasileiros como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não
em outra parte... Me entristeço. Porque, ainda que Lula renunciasse
hoje mesmo, o próximo presidente que o suceder terá que continuar
trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos
nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que
alguém o possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um
caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo,
ninguém servirá. Nem serviu Collor, nem serviu Itamar, não serviu
Fernando Henrique, e nem serve Lula, nem servirá o que vier. Qual é a
alternativa?
Precisamos
de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por
meio do terror? Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa "outra
coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou
do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente
condenados, igualmente estancados....igualmente sacaneados!!!
É
muito gostoso ser brasileiro. Mas quando essa brasilinidade autóctone
começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento
como Nação, aí a coisa muda... Não esperemos acender uma vela a todos os
Santos, a ver se nos mandam um Messias. Nós temos que mudar, um novo
governador com os mesmos brasileiros não poderá fazer nada. Está muito
claro. Somos nós os que temos que mudar.
Sim,
creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda nos acontecendo:
desculpamos a mediocridade mediante programas de televisão nefastos e
francamente tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da
estupidez. Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o
responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim,
exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de surdo, de
desentendido.
Sim,
decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO
ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO.
E você, o que pensa? MEDITE!!
terça-feira, 11 de novembro de 2014
O Homem e as Leis.
O
homem criou as leis para que a vida em sociedade pudesse ser mais justa e com o
mínimo de conflitos. Entendo que a conivência em uma coletividade sem regras,
regulamentos ou normas seria praticamente impossível. Entretanto, não faltam aqueles que se esmeram
em encontrar meios de desobedecer qualquer tipo de imposição quanto ao seu
comportamento. Por rebeldia, egoísmo, ganância ou por outro motivo qualquer o
ser humano se preserva dos seus direitos, porém dá pouca importância aos seus deveres.
Para ele tanto faz se a sua conduta vai interferir negativamente ou não na vida
do seu semelhante. Tudo para ele parece ser justificável. Pode até parecer, mas
não estou generalizando. Contudo, imagino que a maioria se encaixa nesse
perfil. As leis são importantes, entretanto devido à sua fragilidade quando da
sua elaboração muitas são as brechas encontradas e equívocos podem ocorrer ao
serem mal interpretadas. Enfim, temos leis bem feitas, mas que são desrespeitadas
e outras tantas, mal feitas, tratadas de acordo à conveniência daqueles que
detêm o poder.
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
Efeito Borboleta
O ser humano age dessa forma: um
indivíduo faz algo que não está certo e tem consciência disso, mas ao ser
questionado pelos seus atos tenta minimizá-los. Quando consegue e o deixam à
vontade, sem recriminá-lo (por acreditarem em sua retórica de que aquilo não seria
algo relevante) é passada uma mensagem de normalidade aos demais criando um
circulo vicioso. Ou seja, aquele comportamento que deveria ser combatido
passará a ser aplicado por todos que se acharem no mesmo direito. Não sei dizer
o motivo, mas o errado parece ser mais sedutor. Infelizmente é muito comum ver
esse tipo de conduta em nossa sociedade. Quando falamos em ambientes de
trabalho, o setor público se destaca nesse aspecto, devido ao alto grau de
permissividade em seu meio. Quando pensei em escrever sobre isso me veio à
mente o chamado efeito borboleta.
“Efeito borboleta é um
termo que se refere à dependência sensível às condições iniciais dentro da teoria
do caos. Este efeito foi analisado pela primeira vez em 1963 por Edward
Lorenz. Segundo a cultura popular, a teoria apresentada,
o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e,
assim, talvez provocar um tufão
do outro lado do mundo”.
Fiz essa analogia por acreditar
que por menor que seja a infração cometida e não lhe for dada a importância
devida ela poderá gerar consequências desagradáveis no futuro.
quarta-feira, 4 de junho de 2014
Comportamento nas Organizações
O Setor público tem muitas
diferenças em relação ao privado. Uma delas diz respeito à sua prestação de contas.
Com relação aos processos de despesas estes devem ser encaminhados aos
tribunais de contas até o último dia útil do mês subsequente ao seu pagamento.
Nota-se, desta forma, que há um intervalo de, no mínimo, trinta dias para que os
processos sejam organizados e enviados. O que não pode e nem deve acontecer é se
deixar levar por esse prazo e negligenciar os aspectos legais. Antes dos pagamentos
ocorrerem os processos devem estar prontos e disponibilizados em tempo hábil
para a devida conferência. Ou seja, todos os documentos inerentes devem estar
anexos, assim como devem constar todas as assinaturas legalmente exigidas. Além
de facilitar o andamento dos trabalhos, as imposições da lei serão atendidas e a
necessidade de adequação ou correção de um ou outro detalhe que porventura
tenha passado despercebido diminui consideravelmente.
quarta-feira, 7 de maio de 2014
Rachel Sheherazade
É claro que a jornalista Rachel
Sheherazade errou quando fez um comentário afirmando como compreensível a
atitude de populares ao torturar e prender a um poste um adolescente infrator
devido ao aumento da violência e a impotência do estado na tentativa de
combatê-la. Errou, não por externar sua indignação com relação à ineficiência dos
nossos governantes diante do caos em que vivemos. Isso é fato. Ela pecou por
ser uma formadora de opinião e ter a consciência que muitos dos seus telespectadores
não têm a capacidade de refletir melhor sobre o que ela disse. Poderia ser repreendida
por isso? Creio que sim, mas nunca cerceada no direito de comentar outros fatos
e nem ser atribuída à mesma toda e qualquer manifestação de outrem na tentativa
de fazer justiça com as próprias mãos, pois isso não passou a ocorrer apenas após
o seu pronunciamento. Aproveitaram a oportunidade para calar uma das poucas
vozes que ousavam mostrar a mazelas e a enquadrar os responsáveis. Tal fato não
é raro.
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